Entrevista à Professora Doutora Liliana Bernardino, Diretora do 1º Ciclo de Estudos em Ciências Biomédicas
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1. Todos os anos milhares de alunos ingressam no ensino superior... Para eles e para todos: Porquê escolher Ciências Biomédicas?
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O curso de Ciências Biomédicas é um curso de vanguarda e de interface entre as Ciências Básicas, Engenharias e Biomedicina, extremamente relevante para responder aos principais desafios científicos e tecnológicos na área da Saúde.
2. O que distingue este curso não só da Bioquímica e da Biotecnologia, mas também da Medicina e da Engenharia Biomédica?
O 1º ciclo em Ciências da UBI tem características únicas comparativamente a outros cursos de Ciências Biomédicas ministrados noutras universidades portuguesas e de outros cursos na UBI.
O curso de Ciências Biomédicas permite obter uma formação multidisciplinar sólida e de elevada qualidade em Ciências Básicas, Engenharia e Biomedicina, dotando os estudantes de competências que lhes permitem iniciar uma carreira de sucesso, na vanguarda da ciência e tecnologia. O plano curricular do primeiro ano permite o conhecimento sólido em Ciências Básicas, tais como a Física, Química, Matemática e Biologia. Nos segundo e terceiro anos, os estudantes têm a oportunidade de aprofundar conhecimentos nas áreas da Bioquímica, Engenharias e Biomedicina. No 3º ano do plano de estudos, uma ampla oferta de unidades curriculares optativas permite uma personalização do curriculum vitae de acordo com os principais interesses e motivações de cada aluno. Este plano curricular sólido, de natureza multidisciplinar, alicerçado em várias áreas do saber, permite dotar os alunos com um conhecimento profundo e competências relevantes para o ingresso no mundo profissional ou para dar continuidade aos seus estudos noutros ciclos de estudos. A componente prática é um aspeto fundamental do curso. Além das aulas práticas associadas a cada Unidade Curricular, os alunos privilegiam da aquisição de competências práticas consideradas essenciais à formação base dos estudantes (por ex., preparação de soluções, utilização de fontes de sinal e de um osciloscópio, utilização de microscópio óptico, pesquisa bibliográfica, entre outras), realizadas e avaliadas individualmente, durante o 1º e 3º anos do curso. No 3º ano do curso os estudantes têm também a oportunidade de efetuar rotações laboratoriais práticas e/ou simulação, nas várias áreas científicas nucleares do curso, permitindo uma interação próxima com várias equipas de investigação sediadas em várias Faculdades da UBI (Ciências, Ciências da Saúde, Engenharia, Ciências Sociais e Humanas) e integração dos vários conceitos teóricos científicos adquiridos ao longo do curso.
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3. Qual a mais-valia desta licenciatura na Universidade da Beira Interior?
Este ciclo de estudos fornece uma formação multidisciplinar sólida em várias áreas do saber, nomeadamente na Matemática, Química, Física, Bioquímica, Engenharias e Biomedicina. A articulação e colaboração com outras Faculdades da UBI possibilita uma maior abrangência na aplicação do saber e estimula o desenvolvimento de parcerias e projetos mais abrangentes, dinâmicos e inovadores. O corpo docente, com formações diversificadas e contribuições relevantes em investigação, tecnologia, saúde ou transferência de conhecimento, assim como a sua disponibilidade, proximidade e motivação, são uma mais valia à formação dos nossos estudantes. Esta formação ampla e sólida permite a aquisição de competências essenciais ao sucesso profissional, desde o desenvolvimento de projetos de investigação biomédica básica ou aplicada ao desenvolvimento tecnológico ou de diagnóstico.
O funcionamento deste curso na UBI é também de extrema importância para a comunidade em geral. O envolvimento dos alunos em várias atividades de intervenção social fomenta uma valorização social, cultural e/ou económica para a comunidade estudantil e civil. Por seu lado, os estudantes beneficiam em estudar numa universidade nova, dinâmica e de proximidade, enquanto vivem numa cidade de menor dimensão, acolhedora e com um baixo custo de vida.
4. O que ficam os biomédicos aptos a fazer após a licenciatura em Ciências Biomédicas?
A formação multidisciplinar dos licenciados em Ciências Biomédicas é uma mais-valia para a sua inserção em vários domínios do mercado de trabalho, quer seja académico, empresarial ou de investigação básica ou de translação. Desta ampla variedade de saídas profissionais, destacam-se: o desenvolvimento de investigação científica nas áreas multidisciplinares das ciências e tecnologias biomédicas, em meio laboratorial e/ou empresarial, participação em processos de certificação de equipamentos biomédicos, desenho e conceção de novos equipamentos utilizados em Biomedicina, assistência técnica e apoio comercial, manutenção de equipamentos e participação em transferência de tecnologia.
A sua atividade poderá ser exercida em Laboratórios (públicos e privados), Centros e Institutos de Investigação e Desenvolvimento, Empresas de Instrumentação Médica, Empresas Farmacêuticas, Empresas de Biotecnologia, Centros Médicos e Hospitalares, Universidades e outras instituições de ensino.
Entrevista à Professora Doutora Carla Fonseca, antiga Diretora do 1º Ciclo de Estudos em Ciências Biomédicas
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1. Todos os anos milhares de alunos ingressam no ensino superior… Para eles e para todos: Porquê escolher Ciências Biomédicas?
Carla Fonseca (CF): O 1.º ciclo em Ciências Biomédicas da UBI tem como objetivo o estudo da biologia humana fazendo a interface entre as áreas da Biomedicina, Química, Física e Engenharia. Este estudo multidisciplinar faz-se desde a sua componente básica fundamental, com o estudo da constituição, anatomia e fisiologia dos sistemas biológicos, até uma abordagem mais tecnológica aplicada ao diagnóstico e monitorização da saúde/doença. Porquê escolher Ciências Biomédicas? Porque é uma área de estudo emergente, essencial para o conhecimento dos processos biológicos normais e patológicos, procurando compreender e resolver questões atuais que se levantam no âmbito das ciências da saúde. É uma área de futuro cujo conhecimento será importante para a compreensão de patologias humanas e para o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico e tratamento de doenças.
2. O que distingue este curso não só da Bioquímica e da Biotecnologia mas também da Medicina e da Engenharia Biomédica?
CF: As diferenças residem essencialmente nas competências adquiridas ao longo da formação e nas saídas profissionais, que são diferentes (e nalguns casos bastante diferentes!) entre os cursos mencionados. Um licenciado em Ciências Biomédicas não é igual a um licenciado em Bioquímica, Biotecnologia, Engenharia Biomédica ou Medicina. Estes profissionais poderão partilhar o mesmo local de trabalho, que pode ser um laboratório, um centro de investigação, uma unidade de saúde ou uma empresa, e participar nos mesmos projetos, mas cada um com as suas competências. O profissional em Ciências Biomédicas está especialmente preparado para integrar equipas multidisciplinares, fazendo a interface entre a Biomedicina, a Química, a Física e a Engenharia. Hoje, mais do que nunca, são necessárias pessoas capazes de interligar estas diferentes áreas do saber. É aqui que os profissionais em Ciências Biomédicas têm o seu lugar!
3. Sente que os alunos que ingressam nesta licenciatura têm conhecimento sobre a área e sobre as saídas profissionais que permite?
CF: Sinto que há ainda muito desconhecimento sobre a licenciatura em Ciências Biomédicas e as suas saídas profissionais. Tal deve-se, em grande parte, ao facto de se tratar de um curso recente em Portugal. Por essa razão, o número de licenciados em Ciências Biomédicas é ainda reduzido no nosso país o que leva a um relativo desconhecimento das suas competências pelas possíveis entidades empregadores e pela sociedade em geral. Em Portugal, o primeiro curso de Ciências Biomédicas surgiu em 2005 na UBI, mais propriamente na Faculdade de Ciências da Saúde. Dez anos é muito pouco tempo para que as pessoas conheçam o que podem fazer os profissionais em Ciências Biomédicas. Por isso, é normal esse desconhecimento que, com o passar do tempo, vai naturalmente diminuir. E isso já começou a acontecer! Os alunos que ingressam hoje em Ciências Biomédicas sabem já mais sobre o curso e as suas saídas profissionais do que os que ingressaram nos primeiros anos após a criação do curso.
4. Qual a mais-valia desta licenciatura na Universidade da Beira Interior?
CF: Uma das mais-valias do curso de Ciências Biomédicas da UBI é a multidisciplinaridade do seu plano de estudos. O objetivo desta licenciatura é oferecer uma formação interdisciplinar que integre e aplique os princípios da Biologia, Química, Física e métodos de Engenharia na compreensão e resolução de questões atuais no âmbito das Ciências Biomédicas. Para atingir essa multidisciplinaridade o plano curricular do curso contém um leque de unidades curriculares obrigatórias e optativas de diferentes áreas e oferecidas pelos departamentos de Ciências Médicas, Química, Física, Engenharia Eletromecânica, Gestão e Economia, Informática e Matemática.
Outra mais-valia desta licenciatura na UBI é a recente criação e implementação do Programa de Aquisição de Competências Práticas, que acompanha os alunos ao longo de todo curso, e onde o “saber fazer” é incentivado e valorizado.
Para além disto, a UBI possui infraestruturas de ótima qualidade (laboratórios de aulas e laboratórios para aquisição de competências práticas perfeitamente equipados, salas de aula convencionais, salas de tutoria, anfiteatros, salas com computadores, bibliotecas e salas de estudo). Possui também um corpo docente próprio e qualificado com formação e experiência relevante nas diferentes áreas das Ciências Biomédicas, desenvolvendo investigação intimamente relacionada com as unidades curriculares que lecionam, em unidades de investigação de reconhecida qualidade. Existe disponibilidade por parte dos docentes para apoiar os alunos no processo ensino-aprendizagem e uma grande abertura para os integrar na investigação científica.
5. O que ficam os biomédicos aptos a fazer após a licenciatura em Ciências Biomédicas?
CF: Ao longo do curso, os estudantes de Ciências Biomédicas adquirem conhecimentos que lhes permitem, entre outros, conhecer o funcionamento dos sistemas biológicos, manipular amostras biológicas e produtos químicos de acordo com as regras de segurança e boas práticas laboratoriais, executar procedimentos no laboratório com base em protocolos experimentais, compreender o modo de funcionamento de equipamentos biomédicos, usar componentes eletrónicos discretos e integrados com aplicação em biociências e utilizar instrumentação médica e analítica adequada à transdução, análise e processamento de sinais biomédicos. Dada a multidisciplinaridade da sua formação, que poderá ser maior ou menor dependendo da área das disciplinas optativas escolhidas pelos estudantes, os profissionais em Ciências Biomédicas podem:
- integrar equipas de investigação científica nas áreas das ciências da saúde e tecnologias biomédicas;
- integrar equipas multidisciplinares especializadas no desenho e conceção de novos equipamentos utilizados em Biomedicina;
- participar na manutenção e em processos de certificação de equipamentos biomédicos;
- dar assistência técnica e apoio comercial.
Após a licenciatura, os licenciados em Ciências Biomédicas encontram-se aptos, também, para ingressar e aprofundar os seus conhecimentos num 2.º ciclo de estudos em Ciências Biomédicas ou em áreas afins.

