Testemunhos de alunos e ex-alunos de Ciências Biomédicas
As Ciências Biomédicas estão cada vez mais no auge do trabalho e investigação na saúde nos dias de hoje. Porém ainda há muitas pessoas que perguntam, “Mas afinal o que são as Ciências Biomédicas? Para que servem?”. Pois bem, as Ciências Biomédicas vão muito para lá de apenas a área da investigação. Elas são a união perfeita da química, biologia, saúde, engenharia, medicina e física. Cada vez mais as Ciências Biomédicas estão presentes nas nossas vidas, por isso é importante conhecê-las, e saber de que forma elas nos podem ajudar e que impacto têm na nossa vida.
Desse modo decidimos entrevistar diferentes pessoas, todas elas com currículos diferentes, percursos diferentes, sonhos diferentes, mas uma coisa muito importante em comum: as Ciências Biomédicas
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Kevin Sá, 24 anos, Licenciado em Bioquímica na UBI e Mestre em Ciências Biomédicas na UBI (2015-2016)
O que te levou a enveredar para Ciências Biomédicas?
Enveredei por biomédicas de forma a tornar o meu CV mais abrangente e mais polivalente.
Tiveste alguma influência que intensificou mais a tua vontade em ires por esse caminho?
Não sofri nenhuma influência que me tenha feito mudar de Bioquímica para Biomédicas.
Qual a tua opinião sobre o mestrado em Ciências Biomédicas? O que deveria ser alterado?
Tenho uma opinião bastante positiva acerca do mestrado em biomédicas, destaco o carácter abrangente que era algo que eu procurava. Aspetos a melhorar, eventualmente a possibilidade de realizar estágios junto de entidades empregadoras de forma a tornar mais fácil a entrada do estudante no mercado de trabalho.
O que esperas do teu futuro na área das Biomédicas?
Ainda não sei bem o que esperar da área de biomédicas, mas tenho quase a certeza que no futuro o meu mestrado pode ser uma mais valia.
O mestrado ajudou-te na tua carreira profissional?
Neste momento, o meu mestrado ainda não me ajudou no mercado de trabalho, uma vez que estou a trabalhar na área de bioquímica.
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Luís Carlos Martins Espinola, 27 anos, Licenciado em Ciências Biomédicas na UBI e encontra-se a frequentar o mestrado em Ciências Biomédicas na UBI (2016-2018)
O que o levou a enveredar pelo Mestrado em Ciências Biomédicas?
Tinha interesse em continuar os ciclos de estudo e a área que eu queria aprofundar existia na Covilhã. E também pela ensino de excelência que existe na UBI.
Teve alguma influência que intensificou mais a sua vontade em ir por esse caminho?
Tive influência pelo grupo de investigação da professora Sílvia Socorro no qual já era voluntário.
Qual a sua opinião sobre o mestrado em Ciências Biomédicas? O que deveria ser alterado?
Acho que neste momento já não estou muito atualizado para responder a esta questão, mas acho que o roll de opções de cadeiras está bom. Cada um tem forma de construir o seu currículo conforme os seus gostos. No meu dia-a-dia, porque trabalho na área de análises de laboratório, só sinto falta de duas coisas na área de laboratório não tive nenhuma noção prática em sequenciação. Na área de gestão nunca tivemos nenhuma noção em normas. Acho que seria interessante, em alguma cadeira como projeto ou assim, saber o que é uma norma para que serve e estudar as mais importantes para o ramo laboratorial como a 9001 e a ISO 17025.
O que espera do seu futuro na área das Biomédicas?
Na área de Biomédicas pode esperar-se de tudo. Não há melhor palavra para descrever biomédicas que é futuro. Desde que haja vontade própria, condições e financiamento um Biomédico pode fazer tudo.
A sua profissão atual é dentro da área?
Neste momento trabalho em análises no setor de Virologia no Laboratório Regional de Veterinária dos Açores, onde fazemos uma bateria de análises a vírus utilizando a técnica de Real Time PCR e a técnica de ELISA. Fazemos análises a animais de exploração para consumo humano de toda a região dos Açores.
O mestrado ajudou-o a encontrar o atual trabalho?
O mestrado quando é bem escolhido pode ser fundamental para a área de trabalho que queria seguir para o futuro. No meu caso sempre tive interesse em voltar para os Açores, então fui procurando as ferramentas práticas que necessitava para as vagas que me queria candidatar. Daí a importância do meu mestrado.
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Sónia Miguel, 27 Anos, Licenciada em Ciências Biomédicas na UBI (2008-2011), Mestre em Ciências Biomédicas na UBI e encontra-se a frequentar o Doutoramento em Bioquímica na UBI
Teve alguma influência para enveredar para este caminho?
Sim, na escolha da licenciatura fui influenciada pela minha Professora de Biologia do Secundário que me deu a conhecer o curso, e escolhi a Covilhã pela sua localização.
Acha que algo deve ser alterado ao nível da licenciatura e do mestrado?
Em termos da licenciatura temos muita componente teórica e falha um pouco a componente prática. Talvez devessem existir mais situações práticas que permitissem aos alunos contactar com técnicas específicas a nível do laboratório, técnicas essas que poderão ser úteis no futuro. Quanto ao mestrado, realmente a componente prática prevalece e temos ainda o contacto com diversas disciplinas/áreas que nos permitem identificar os nossos principais interesses/gostos para seguir no futuro.
Ter feito a licenciatura e/ou o mestrado em Ciências Biomédicas foi uma mais valia para o doutoramento?
O mestrado ajudou-me imenso no doutoramento, pois o facto de ter contactado com técnicas especificas, ajudou a ter um conhecimento geral do que posso fazer e quais as minhas competências para depois executá-las na tese (que é um trabalho mais intensivo a nível laboratorial) e no futuro seguir para investigação.
Na sua opinião qual é o futuro das Ciências Biomédicas?
Atualmente os alunos já conseguem perceber todas as diferentes áreas que o curso em Ciências Biomédicas pode ter, e isto mostra que biomédicas é multidisciplinar, onde é possível ver Biomédicos a trabalhar em todas as áreas e mais algumas. O futuro é mostrar cada vez mais a versatilidade de Ciências biomédicas.”
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Elisabete Costa, 27 anos, Licenciada em Ciências Biomédicas na UBI (2008-2012), Mestre em Ciências Biomédicas na UBI e encontra-se a frequentar o Doutoramento em Bioquímica na UBI
Teve alguma influência para enveredar para este caminho?
Durante o meu secundário gostava mais da parte da química e biologia. Escolhi este curso mais pelas áreas que engloba e pelas áreas que tinha interesse ao fim do secundário, não tive ninguém que me indicasse o curso.
Acha que algo deve ser alterado ao nível da licenciatura e do mestrado?
A licenciatura é muito multidisciplinar (física, química, anatomia e outras) por isso esta fornece imensas bases para introduzir os alunos no mercado de trabalho nas várias áreas. Contudo deveria haver mais aulas práticas para os alunos obterem conhecimento laboratorial e saberem como se deve trabalhar num laboratório. O mestrado já tem muitas mais componentes práticas, aprendemos a trabalhar num futuro de investigação assim como a interpretar e escrever artigos, trabalhar com diferentes equipamentos e kits.
Ter feito a licenciatura e/ou o mestrado em Ciências Biomédicas foi uma mais valia para o doutoramento?
Estou atualmente no doutoramento em bioquímica, pois gosto muito de bioquímica e quis mudar a área em que a minha carreira estava a seguir. Honestamente o meu doutoramento tem uma grande componente de investigação e trabalho de laboratório e sem dúvida que se não tivesse ido para biomédicas onde treina muito os alunos a seguirem para investigação eu era incapaz de ter tanta facilidade de trabalhar no meu doutoramento.
Na sua opinião qual é o futuro das Ciências Biomédicas?
Atualmente no país o curso não é muito conhecido nem valorizado, apesar de ser um excelente curso. A principal saída de emprego para quem tira o mestrado ou a licenciatura é a investigação. Infelizmente este curso necessita de ser mais introduzido em empresas variadas, como por exemplo, a indústria farmacêutica.
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João Cavaleiro Rufo, natural de Viana do Castelo, concluiu a sua Licenciatura em Ciências Biomédicas (2007-2010), na Universidade da Beira Interior, concluíndo o seu Mestrado também em Ciências Biomédicas na Universidade da Beira Interior (2010-2012), prepara-se para defender a sua tese de Doutouramento no próximo dia 11 de Maio de 2018.
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Sendo aluno dos primeiros anos de existência da licenciatura de Ciências Biomédicas, na altura o que te fez escolher esta licenciatura?
Sinceramente, foi uma escolha um pouco aleatória. Naquela altura não sabia o que pretendia para o meu futuro e, portanto, acabou por ser uma opção tirada à sorte. Acho que gostei do nome do curso e arrisquei. Hoje, acho que acabou por ser uma decisão afortunada.
O que te fez escolher o mestrado em Ciências Biomédicas na UBI e não em outra Universidade?
Na fase de candidaturas cheguei a concorrer para outros Mestrados, tendo sido colocado em Aveiro, mas acabei por ficar na Covilhã pelo ambiente e pela familiaridade. Não me arrependi uma vez que acabei por frequentar um dos melhores Mestrados de preparação para a investigação do país.
Quando saiste da UBI, quais foram as principais dificuldades que encontraste?
Por comodidade e vocação (ou por simples estupidez) decidi seguir carreira de investigação em Portugal. Tenham em conta que fazer boa investigação em Portugal é como tentar ser campeão com o Paços de Ferreira. Pouco financiamento, burocracias ridículas, e ingratidão face aos bons desempenhos são só algumas das âncoras que temos de carregar nesta carreira em Portugal. No meu caso, procurei durante 3 meses até vencer o concurso para uma bolsa de investigador para Mestre, o que foi francamente rápido. Fui contratado pelo INEGI, onde fiz investigação ligada à saúde ocupacional e qualidade do ar interior durante 2 anos, permitindo-me construir currículo e, consequentemente, receber uma bolsa de Doutoramento em concurso nacional. Acho que a parte mais crítica é conseguir encontrar o rumo após concluir o Mestrado. Depois, tudo se torna mais fácil.
Dia 11 de Maio vais defender a tua tese de doutoramento. Quais são as tuas principais expetativas e ansiedades?
Para dizer a verdade, não sinto muita ansiedade. Ansiedade senti nos três anos em que fiz o Doutoramento, em que trabalhava todos os dias para ter resultados que teimavam em não aparecer. A defesa será a parte mais fácil deste processo. Tenho dois projetos em mão e o nascimento de uma possível spin-off para me entreter. Estou atualmente a trabalhar para o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e devo continuar após a conclusão do Doutoramento.
Quais são os teus objetivos assim que acabares o doutoramento?
Tenho dois projetos em mão e o nascimento de uma possível spin-off para me entreter. Estou atualmente a trabalhar para o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e devo continuar após a conclusão do Doutoramento.
Se pudesses, gostarias de dar aulas na UBI?
Gosto muito da UBI e da Covilhã. No entanto, já tenho a minha vida pessoal e profissional enraizada no Porto, assim como uma grande rede de contactos institucionais aqui no Norte e que construí ao longo dos últimos 5 anos. Mas não é uma hipótese que ponha de parte.
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​​David Xavier, natural de Coimbra concluiu a sua Licenciatura em Ciências Biomédicas (2007-2011), na Universidade da Beira Interior, concluíndo o seu Mestrado também em Ciências Biomédicas na Universidade da Beira Interior (2011-2013). Ao invés de seguir para doutoramento, o David decidiu entrar no mercado de trabalho.
Sendo aluno dos primeiros anos de existência da licenciatura de Ciências Biomédicas, na altura o que te fez escolher esta licenciatura?​
Sempre quis profissionalmente trabalhar na área da saúde, ciência e investigação. Na altura em que me candidatava para a universidade o curso de Ciências Biomédicas tinha surgido há pouco tempo e revelava-se promissor devido ao conteúdo leccionado nas diversas cadeiras e, sobretudo, sobressaía-se pela multidisciplinaridade das mesmas. Vi o conteúdo programático do curso e decidi ingressar no mesmo pois era-me apelativo e ia de encontro com os meus objectivos profissionais. Em Setembro de 2007 iniciei então o curso de Ciências Biomédicas na Universidade da Beira Interior.
O que te fez escolher o mestrado em Ciências Biomédicas na UBI e não em outra Universidade?
Em primeiro lugar os conteúdos programáticos que o mestrado oferece. Em segundo lugar, há liberdade para escolher e direcionar o teu mestrado através da escolha de cadeiras que achas serem mais adequadas e que te serão mais úteis no teu futuro profissional. Em terceiro lugar, como já tinha feito a licenciatura na UBI, já me sentia em casa. Ademais, a Faculdade de Ciências da Saúde tem excelentes condições e excelentes professores, portanto pareceu-me uma boa escolha dar seguimento à minha formação académica na UBI.
Quando saíste da UBI, quais foram as principais dificuldades que encontraste?
A grande dificuldade que encontrei após a universidade é mesma que todos os jovens enfrentam quando concluem os seus cursos: a inclusão no mercado de trabalho. Inicialmente tinha uma ideia clara do que queria fazer e qual a área de investigação em que queria trabalhar, no entanto revelou-se por vezes difícil encontrar oferta. Grande parte das vezes o mercado de trabalho não te oferece projetos ou aquilo em que pretendes trabalhar, pelo que és forçado a alargar o teu espectro de interesses profissionais e por vezes trabalhar fora da área. Aconteceu comigo e com bastantes amigos com formação em ciência e investigação. Grande parte, ainda hoje, trabalha fora da área, o que me leva a pensar que não houve um aumento na oferta e o financiamento de projetos destinados para a ciência continua a não ser suficiente.
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Como foi entrar no mercado de trabalho pela primeira vez?
Como já trabalhei em áreas diferentes do meu background científico posso considerar que tive duas experiências distintas. A primeira, em Portugal, foi numa empresa multinacional especializada em consultoria e prestação de serviços. A inclusão no mercado de trabalho aconteceu de forma natural, fui treinado de forma especial para poder executar o meu emprego eficazmente e havia condições e incentivos de trabalho. No entanto o meu mindset estava orientado para fazer ciência, pelo que decidi ir procurando outras oportunidades enquanto trabalhava fora da área. Até que surgiu a oportunidade, na Bélgica, e aqui tive uma experiência distinta de primeira, pois iria começar a trabalhar na área. Tudo aconteceu de forma igualmente natural, porém há diferenças para melhor quanto à ética de trabalho, apoio ao trabalhador, condições de trabalho, reconhecimento e incentivo monetário. Para além disso sinto-me mais motivado e focado no meu trabalho diariamente pois estou a trabalhar naquilo que gosto, num projeto de investigação apelativo e estimulante.
Há muitas pessoas que após acabarem o mestrado, seguem para doutoramento. Porque optaste por não seguir o mesmo caminho?
Em primeiro lugar, quando terminei o mestrado no final de 2013 tencionava seguir para doutoramento, desde que fosse financiado. Como fator externo condicionante houve, no início de 2014, um corte substancial nas verbas disponibilizadas para financiar projetos de investigação. Foi, na altura, uma medida governamental que afetou transversalmente todas as áreas académicas, desde a saúde à engenharia e ciências sociais, pelo que se tornou mais difícil encontrar um projeto de doutoramento do meu agrado e financiado. Fui forçado a considerar outras opções para além de seguir para doutoramento e desde que comecei a trabalhar no mundo empresarial, num background completamente diferente da academia, nunca mais voltei a considerar fazer um PhD até hoje, pois estou novamente a tentar ingressar em doutoramento.
Que concelho darias a quem pretende, assim que acabar a licenciatura, ou o mestrado, seguir para o mercado de trabalho em vez de continuar os estudos?
A grande decisão de continuar para doutoramento ou trabalhar fora da academia prende-se com os teus objetivos profissionais. Dependendo daquilo que queres fazer no mundo empresarial, por vezes ter um doutoramento pode revelar-se uma desvantagem, não por seres mais qualificado, mas por não ser necessário a tua contratação para executar aquele trabalho. Normalmente, como doutorado, ficas preso a trabalhos mais de gestão e decisão nos projetos de investigação. Posto num exemplo, se queres fazer investigação de bancada, fazer o design da tua experiência e executar o teu projeto como bem entendes não é necessário teres o PhD. Se o que pretendes é cargos mais de gestão de projeto ou scientific guidance e consultoria científica, então aí sim faz sentido seguires com a tua formação académica. Se o teu objetivo de vida é continuar na academia como profissional, então aí é obrigatório seguires em frente para o doutoramento. A minha opinião pessoal é, sem dúvida, aconselhar a seguir para doutoramento. No entanto é um erro considerar fazer o doutoramento só pelo grau académico em si. É preciso ter a perfeita noção de como os 4/5 anos de doutoramento te podem servir para o teu futuro e que vantagens podes extrair dele.
Tencionas alguma vez vir a tirar o doutoramento? Se sim, porquê, se não porquê?
Sim. Aliás, como já mencionei, neste preciso momento estou a negociar para iniciar um projeto de doutoramento numa empresa em associação com a universidade de Bruxelas. Pessoalmente, a razão pela qual estou a tentar novamente seguir doutoramento prende-se com o facto de já estar há 3 anos a trabalhar na área e já ter alguma experiência e visibilidade. Julgo que neste momento ingressar num doutoramento iria-me dar novamente outra introspetiva da ciência, da qual me poderia servir para assumir outro tipo de cargos no mercado de trabalho.
Se pudesses, um dia, gostarias de dar aulas na UBI?
Não é diretamente um dos meus objetivos profissionais, mas se a oportunidade surgir e as condições de trabalho oferecidas satisfazerem o meu interesse em fazer e estar associado à ciência, então será algo que poderei considerar.
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​Ulisses Gaspar natural do Teixoso possui o grau de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (Nível QNQ 4) e Técnico Especialista em Mecatrónica (Nível QNQ 5) e atualmente encontra-se no 3º ano da Licenciatura em Ciências Biomédicas e com apenas 22 anos é o atual presidente da ANCiB (mandato de 2018/2019).
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Na altura o que te fez escolher a Licenciatura em Ciências Biomédicas?
A incerteza do rumo que se deve tomar limita sempre a nossa certeza e com tantas possibilidades pensamos sempre, qual o melhor curso? Ou o que é que eu realmente quero? E ainda, será que vou ser feliz se fizer isto o resto da minha vida? Pois, estas questões em momentos de decisão são sempre elementos de julgar uma opção, mas nunca uma resposta concreta. Quanto à minha escolha baseou-se no facto das Ciências Biomédicas serem uma área emergente no mundo, é verdade ainda tem pouquíssimo destaque comparando com outras áreas, mas em todo o lado, em todo o mundo, é preciso se lutar, arregaçar as mangas e insistir, caso não acontecesse qual seria a piada? Por isso sim, Ciências biomédicas, porque para além de ser um sector pouco conhecido é uma oportunidade para se fazer destacar, porque ser tão abrangente dá-me um leque imenso de oportunidades onde me especializar, e faça o que fizer a polivalência de conhecimentos é uma mais-valia, até porque “o saber não ocupa lugar”, e como, espero, futuro investigador saber de tudo sabendo que ainda assim sei pouco será sempre uma mais-valia e uma vantagem sobre quem sabe imenso de um pouco.
Quais são as tuas perspetivas sobre esta licenciatura?​
Quase a concluí-la, viro as perspectivas para o que esta licenciatura me capacitou de fazer, antes de mais, ritmo de trabalho, competências extracurriculares, crescer como individuo e como pessoa, saber lidar com pressão e grupos de trabalho completamente diferentes, e depois sim, espero poder desenvolver os conhecimentos aqui adquiridos como cientista, estou bastante optimista porque aprendi a mais que aproveitar oportunidades, a criá-las.
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Apesar de ainda só estares na licenciatura, concorreste na mesa à presidência da ANCiB. O que te levou a tomar esta iniciativa?
Além do meu hipotético masoquismo, posso acrescentar a minha reprovação pelos “braços cruzados”, como respondi anteriormente acredito imenso no potencial deste sector, e não aceito esperar que alguém faça por mim aquilo que eu quero para ontem. Não concordo com a inércia, não concordo com a falta de valores muito menos a falta de humildade disfarçada de respeito por de trás de uma entidade nacional. Acredito antes que estas associações devem servir quem representam, assim como reprovo uma postura altiva para quem deve ser ouvido e levado em conta, mas antes disso também não posso criticar e julgar enquanto assisto, daí me ter candidatado.
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Qual foi a tua reação quando viste que ganhaste as eleições?
Não fiquei muito admirado, uma vez que era a única lista concorrente, e ganhei até com poucos votos, ainda assim, levo em conta os votos que me foram confiados.
Quais são os teus principais objetivos para este mandato?​
Muito simples, fazer desta associação uma entidade de prestigio, que é respeitada e respeita, acima de tudo uma imagem de responsabilidade, para que próximos mandatos tenham sustentação e confiança por parte daqueles que serve, e para que assim se erga uma “casa” não a partir de areia mas sobre uma “rocha” bem sólida e sustentada.
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Quais são as tuas principais expetativas?
Trabalhar para que apareçam resultados.
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Que obstáculo esperas encontrar?
Para além dos que já encontrei, a distância entre os elementos da direcção, a dificuldade de gerir o tempo e os recursos existentes, manter uma equipa motivada quando temos de aguardar serenamente, manter a ANCiB presente quando o tempo é escaço, cativar e fazer acreditar os demais de que com esforço e dedicação tudo se faz. Conseguir abolir a inércia do tão típico, “deixa andar” ou “logo se faz”, ser incisivo e saber jogar com certas situações visando sempre tirar o melhor partido nem sempre é fácil, mas antes um desafio constante. Além de que num futuro, espero que próximo, a ANCiB consiga lidar com uma concorrência inevitável que é a de um mundo desenvolvido.